quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Sophie Zanger, o sequestro de criança estrangeira que não teve final feliz

Duas crianças austríacas foram trazidas pela mãe Maristela dos Santos, de 42 anos, sem a autorização do ex-marido, o austríaco Sascha Zanger, de 40, em Janeiro de 2008, para o Rio de Janeiro, Brasil.

Maristela foi morar com a irmã, Geovana, que a expulsou de casa em dezembro de 2008 e ficou com a guarda provisória das crianças. Há um ano e meio o austríaco Sascha Zanger tentava com o auxilio do Consulado da Áustria obter a guarda das crianças na Justiça brasileira.
No dia 12 de junho de 2009, Sophie Zanger deu entrada, em coma , na Unidade de Pronto Atendimento de Santa Cruz com um ferimento na cabeça. A criança morreu uma semana depois no Hospital de Saracuruna, em Duque de Caxias. De acordo com o laudo do Instituto Médico Legal, o corpo dela estava com vários hematomas produzidos em datas diferentes.

"Sophie chegou ao hospital pesando 14 kg . Estava totalmente desnutrida e com marcas de agressão no corpo. Não acredito que ela tenha caído e sofrido traumatismo craniano. É um caso muito complicado", afirmou o advogado.
Zamariola ainda disse que com a aparição da mãe da vítima, um acordo poderá ser feito para o retorno do filho de 12 anos à Áustria.

A polícia investiga possiveis agressão por parte de familiares brasileiros. Segundo o advogado do austríaco, Ricardo Zamariola, há suspeitas de que a criança tenha sido espancada e não que tenha levado um tombo como familiares [tia e prima] informaram aos médicos no dia do atendimento no hospital. O irmão dela, R., de 12 anos, também tinha marcas de agressões nos braços, segundo o IML.

As tias, suspeitas de maus tratos às crianças negam as acusações e dizem que Sophie caiu no banheiro.




Disputa judicial


Sasha Zanger, afirma que tenta reaver a guarda dos filhos e levá-los para a Áustria desde que a mãe deixou o país. Maristela Santos foi localizada pelos advogados do austríaco em março de 2008, na casa da irmã que é suspeita de agredir a menina. Em fevereiro de 2009, a tia da vítima conseguiu na Justiça a guarda das crianças.
Com a mãe desaparecida e as suspeitas de que a menina estava sendo agredida pela tia e por uma prima de 21 anos, a Justiça transferiu a guarda das crianças para a mãe adotiva de Maristela dos Santos, Anayá Rocha.


Falsa acusação de abuso sexual

Segundo a polícia, a mãe adotiva de Maristela dos Santos, Anayá Rocha afirmou que na chegada da filha ao Brasil, a família e os amigos dificultavam o contato das crianças com o austríaco, porque ele foi acusado pela ex-mulher de abusar sexualmente do filho, o que o pai nega.

"Temos que avaliar bem o caso. O próprio menino acusou ele [Sasha Zanger] de abuso sexual no início das investigações. Agora a criança diz que foi ela quem agrediu a irmã e não a tia e a prima", disse o advogado do austríaco.

Não é muito esclarecer que falsa denúncia de abuso sexual, para afastar pais do convívio dos filhos, tem sido uma constante no judiciário fluminense. Mediante a denúncia o pai é afastado sumariamente do convívio com o filho e em muitos casos é destituído do poder familiar, sem que as acusações restem comprovadas.

A mãe da vitima, Maristela, disse sofrer de problemas mentais, aparentando estar lúcida e disposta a colaborar com as investigações, conforme informou o delegado titular da delegacia de Santa Cruz, Aguinaldo Ribeiro da Silva.

A genitora da vitima admitiu a falsa acusação de abuso sexual para afastar o pai dos filhos.

Sascha Zanger culpa a Justiça brasileira pela morte da filha, uma vez que as crianças foram trazidas para o Brasil sem sua permissão e a justiça não tomou providência para fazer cumprir a convenção de Haia.


No inquérito que apurou a morte de Sophie houve o indiciamento da tia e a prima da vitima Geovana dos Santos, de 42 anos, e a filha dela, Lílian dos Santos, de 21 anos.

A Justiça Federal autorizou que o pai de Sophie, retirasse o corpo da filha do Instituto Médico Legal e realizasse o traslado para a Áustria, onde ocorrerá o funeral.

Uma terceira criança, de 11 anos, também estaria sofrendo maus tratos na casa de Giovana, que já foi pichada com as palavras ‘assassina’ e ‘covardia’. A avó da menina esteve nesta terça na delegacia e disse que ela estaria sob cárcere privado desde os 4 anos. O delegado afirmou desconhecer o caso.


A Folha Online não conseguiu contato com a família acusada de agredir a menina de 4 anos. A reportagem também não teve acesso ao processo sobre o caso, que corre em segredo de Justiça.

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